sábado, 11 de junho de 2011

Governo do Estado declara fim das negociações com os professores de Santa Catarina

Júlia Antunes Lorenço | julia.antunes@diario.com.br
O governo do Estado declarou, nesta sexta-feira, o fim das negociações com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinte) e pediu que os professores voltem às aulas imediatamente. A medida foi tomada porque as propostas apresentadas pelo Estado divergem muito das reivindicadas pelo sindicato. Uma nota do governo para oficializar essa decisão, que sairia no final da tarde desta sexta-feira, foi adiada para a próxima semana.

O secretário-adjunto da Educação, Eduardo Deschamps, afirmou que não é possível chegar a um acordo no médio ou curto prazo.

— O governo sempre estará disposto a conversar, mas para negociar é preciso que os professores voltem às aulas, porque não resolveremos a questão em uma ou duas semanas, e os alunos não podem mais ficar prejudicados. Qualquer acordo levaria muito tempo — ressaltou.

Para Deschamps, a proposta encaminhada na quinta-feira pelo sindicato foi um retrocesso e o governo não teria como formular uma contraproposta em cima dela. O Sinte pede o repasse, em seis parcelas até dezembro, do reajuste de 94% dado ao professor de nível médio, que de R$ 609 vai ganhar R$ 1.187, para os demais níveis da tabela, respeitando a diferença de 8,48% entre eles.

Situação parecida ocorreu no Rio Grande do Sul, onde o sindicato aceitou o repasse integral do reajuste, respeitando o plano de carreira, em quatro anos. Eles também comemoraram o aumento de 10% dado em maio deste ano, apesar de não ter cumprido a lei do piso.

Os professores de SC ainda querem a manutenção dos índices da regência de classe, que vale 40% sobre o salário-base para professores do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, e de 25% para docentes do 6º ao 9º ano do fundamental e do ensino médio.

— Eles não abrem mão do plano de carreira atual, mas para suportar os valores gerados pelos reajustes da lei precisamos reorganizá-lo — explicou Deschamps.

Medida provisória mantida na Assembleia Legislativa
Por enquanto, o governo mantém a medida provisória, na Assembleia Legislativa (AL), que garante o pagamento de R$ 1.187, no salário-base, para os cerca de 35 mil educadores que ainda não recebiam essa quantia. Esta foi a primeira proposta apresentada, e rejeitada pela categoria, por achatar a tabela salarial. A nota oficial sobre a decisão deve sair na próxima segunda-feira. Neste mesmo dia, o governador Raimundo Colombo reúne-se num jantar com a base aliada na AL.

A coordenadora do Sinte, Alvete Bedin, acredita que a posição de não negociar mais é uma tentativa de fazer com que os professores parem a greve. Ela não teme o enfraquecimento e o desgaste da paralisação.

— O movimento está mais forte a cada dia. O que nós queremos é continuar as negociações — ressaltou.

O Sinte propôs uma audiência para a próxima terça-feira. Deschamps informou que essa possibilidade será estudada. Uma resposta será dada na próxima semana.

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